Vários supermercados e lojas de Salvador (BA) amanheceram arrombados e tiveram mercadorias roubadas e saqueadas na madrugada desta quarta-feira (16). As ações criminosas ocorreram após o anúncio do aquartelamento da tropa PM (Polícia Militar) na Bahia, iniciado na noite dessa terça-feira (15).
Segundo a polícia, até às 9h da manhã desta quarta foram registradas ocorrências de roubos em estabelecimentos comerciais nos bairros Baixa dos Sapateiros, Caixa D'Água, Fazenda Grande do Retiro, Vale do Ogunjá, Pau da Lima e São Caetano.
Um dos estabelecimentos roubados foi o supermercado Cesta do Povo, um dos maiores do bairro Vale do Ogunjá. Segundo a polícia, um grupo quebrou as portas do supermercado e o invadiu por volta das 3h. Devido à quantidade de pessoas, os seguranças não puderam agir. Os saqueadores levaram as mercadorias usando carrinhos do supermercado.
O mesmo aconteceu com a loja Ricardo Eletro, no bairro Caixa D'Água.
Comerciantes dos bairros que tiveram registros de invasões na madrugada reforçaram na segurança dos estabelecimentos e alguns deles retiraram as mercadorias dos estabelecimentos e levaram para depósitos na tentativa de evitar prejuízos.
A insegurança levou a UFBA (Universidade Federal da Bahia), UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), faculdades e colégios particulares suspenderam as aulas nesta quarta-feira. Em comunicado, os estabelecimentos informaram que retornam às aulas na próxima segunda-feira (21).
Falta de ônibus
O aquartelamento da PM na Bahia também afetou o serviço de ônibus em Salvador e região metropolitana na manhã desta quarta-feira (16). Terminais de passageiros ficaram lotados por conta do recolhimento de ônibus.
A escassez de ônibus causou problemas aos usuários de ônibus, que lotaram os terminais de passageiros.
A fisioterapeuta Adriana Farias, 33, que estava na Estação do Pirajá contou que só conseguiu chegar ao trabalho após pegar um táxi depois de 1h20 de espera por um ônibus. "Mesmo assim os táxis que passavam estavam lotados, mas consegui dividir um com outras pessoas. O trânsito está travado", contou.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários da Bahia, filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), motoristas e cobradores que estavam com veículos circulando dede às 5h decidiram retornar com os ônibus para as garagens devido ao clima de insegurança com a falta de policiamento.
O sindicato informou que ônibus da empresa Barramar estão todos recolhidos no pátio e a ordem é de que os trabalhadores só saiam quando houver garantias de segurança. Os ônibus da empresa Capital atrasaram as saídas da garagem, pois os motoristas e cobradores só saíram com os veículos após uma reunião em frente à empresa, em Pirajá.
Por volta das 4h30 da manhã desta quarta-feira, um grupo de motoristas e cobradores que estava em um ônibus seguindo para as garagens foi assaltado na região do Subúrbio Ferroviário.
O transporte de passageiros em ônibus vem enfrentando problemas deste a deflagração da paralisação da PM, na noite dessa terça-feira (16). Após a decisão dos militares de se aquartelarem, o sindicato dos rodoviários recomendou que os ônibus fossem recolhidos "preocupado com a integridade dos trabalhadores e dos usuários de ônibus".
A SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou ao UOL, nesta quarta-feira (16), que solicitou apoio do Exército e da Força de Segurança Nacional, na noite desta terça-feira (15), mas ainda não há previsão do envio das tropas para a Bahia.
Os PMs pedem isonomia salarial entre as polícias civil e militar, reformulação do plano de carreira e a implantação de um novo código de ética. Os militarem também protestam sobre o reajuste salarial concedido pelo Estado, que foi dividido em duas vezes pelo governo do Estado -- 2% neste mês de abril e 3,91% em julho.
Paralisação de outras categorias
Nesta manhã servidores do Estado estão reunidos em uma assembleia realizada pela Fetrab (Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia), no Ginásio dos Bancários, em Salvador, para discutir o reajuste salarial.
A PC (Polícia Civil) também está com as atividades paralisadas e apenas 30% dos serviços estão mantidos. A paralisação é de 24h.
Os professores da rede estadual de ensino também resolveram aderir ao movimento e também suspenderam as atividades nesta quarta-feira. A categoria decidirá em assembleia nesta manhã se o movimento paredista vai continuar.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia, os professores só vão entrar em greve caso seja decidida pela adesão de todos os servidores do Estado.
(Com informações de "A Tarde")
(Com informações de "A Tarde")
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