segunda-feira, 31 de março de 2014

DIREITOS HUMANOS - A EIT NÃO PODE SER UMA PEDRA NO CAMINHO DA RESSOCIALIZAÇÃO NO RN



Cláudio Lembo, então Governador de São Paulo, no meio de uma das maiores crises na segurança no levante de Maio de 2006 do PCC , disse que aquilo era produto da hegemonia do pensamento elitista e branco.

Em Apodi, conheci uma experiência no CDP onde os presos estudam , inclusive, estavam se preparando para o ENEM. Emocionante ver a professora Deuzirene tratando de Paulo Freire com seus alunos. Na parede ,numa cartolina , Carlos Drummond de Andrade e "as dores do mundo e a pedra no caminho". Já há egressos do CDP dando continuidade aos estudos , inclusive, cursando Universidade.


Nesta semana um Agente Penitenciário, Batista Moreira, levou um coice formal ao se dirigir ao Escritório local da EIT, empresa que e recebe rios de recursos para as obras da Chapada, para solicitar vagas para egressos do Sistema Penitenciário conforme orientação do DEPEN e do CNJ.

Aqui mesmo no RN, o Segunda Chance, articulado pelo TJ e a OAS foram premiados pelo CNJ por ter sido a Obra nos estádios para a Copa que mais empregaram egressos do Sistema Penitenciário. Experiência humanista exitosa, inclusiva e profissional.


Uma empresa do porte da EIT precisa ter responsabilidade social e auxiliar quem humildemente peleja para romper com o pensamento elitista dominante e ensejar uma segunda chance para quem precisa.


Diariamente denuncio o estrupício que é um estado pobre como o RN pagar R$ 340.000 por dia à OAS pelo Arena das Dunas. Mas não deixo de reconhecer o bem que ela fez ao tentar fazer diferente oferecendo uma segunda chance a egressos do sistema penitenciário do RN.

São gestos como esse que podem fazer a superação da retroalimentação da violência que cotidianamente aflige nosso povo.


Na segunda feira entraremos em contato com o DEPEN, a Secretaria de Direitos Humanos e a Secretaria Geral da Presidência da República para tratar do assunto pois, recursos federais públicos não podem ser gastos para alimentar preconceitos e desestimular o trabalho realizado por Agentes Penitenciários de Apodi , sob a Direção de Márcio Morais, que querem fazer diferente para , pelo menos em Apodi (além da APAC de Macau) o preso possa ressocializar-se.


A iniciativa privada não pode achar que não tem nada a ver com isso, pois a violência vai corroendo comunidades, famílias e a própria esperança de que a impunidade seja superada no país.


A EIT não pode ser "uma pedra no meio do caminho" da ressocialização. Não ressocializar o preso é dar um cheque em branco ou um cartão magnético com senha à violência.

Marcos Dionisio Medeiros Caldas
Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania

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