quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Polícia tem novo suspeito de balear mãe e filha dentro de ônibus em Natal


PM alega ter achado textos em celular que incriminam jovem de 18 anos.
Suspeito rebate e acusa os próprios policiais de terem forjado mensagens
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Do G1 RNCelular do rapaz tem mensagens suspeitas; jovem diz que foram os policiais que escreveram os textos para incriminá-lo (Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi)Celular do rapaz tem mensagens suspeitas;jovem diz que foram os policiais que escreveramos textos para incriminá-lo(Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi)A Polícia Civil do Rio Grande do Norte tem em mãos mais um jovem suspeito de ter sido o responsável pelos tiros que atingiram um ônibus cheio de torcedores do América-RN – atentado ocorrido na noite da última sexta-feira (21) logo após o duelo entre o time potiguar e o Náutico, jogo disputado na Arena das Dunas, em Natal. A partida foi válida pela penúltima rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, tiros disparados de fora para dentro do veículo estilhaçaram as vidraças do ônibus e atingiram mãe e filha, uma jovem de 19 anos e uma bebê de 1 ano e cinco meses. As duas não correm risco de morte. A principal suspeita é que o crime tenha sido motivado por um rixa entre torcidas organizadas.O jovem, de 18 anos, foi encontrado pela Polícia Militar na noite desta terça-feira (25) após receber uma denúncia anônima na cidade de Extremoz, na região Metropolitana da capital. Em seguida,  levado para a Delegacia de Plantão da Zona Norte de Natal. Com ele, os PMs que fizeram a condução alegam ter encontrado um celular com mensagens nas quais o rapaz conversa com a namorada dele e teria admitido ter feito os disparos. O suspeito nega qualquer participação no crime, e ainda acusa os próprios policiais de terem forjado as mensagens para incriminá-lo.Delegado plantonista, Jorge Lobo disse que também desconfia que os textos não foram escritos pelo rapaz. "Eles se defende dizendo que foram os PMs que pegaram o celular dele e trocaram mensagens com a namorada para ver se ela o entregava. É possível que isso tenha acontecido. Tanto que o jovem não está preso. Ele foi ouvido e vamos lavá-lo para que o delegado do caso avalie a situação. Fora o celular, que pode ficar apreendido para perícia, não encontramos nada que incrimine o rapaz. Ele estava apenas com uma mochila com roupas. Os PMs dizem que ele estava pronto para fugir. Sinceramente, eu não posso incriminá-lo por isso", disse Lobo.As mensagens entre o jovem e a namorada ficaram registradas no aplicativo WhattsApp que o rapaz possui no celular. Pelo que foi repassado, a conversa começa às 19h44, na qual o jovem afirma que está na Zona Norte de Natal e teria sido abordado por policiais militares quando estava indo buscar uma arma, mas foi liberado. Em seguida, a namorada pergunta o que ele foi fazer na região. "Quebra o maluco q me deu pros verme (sic)", diz o texto, em alusão a um possível suspeito que teria entregado seu nome à polícia. "Ele abriu pros homi q foi eu q atirei na boy do onibus (sic)", completa.A menina, por sua vez, aparenta não saber nada sobre o caso e questiona o namorado: "Foi vc? Nao acredito nao (...)", indaga. "Tu num sabe q foi (sic)", responde.Este trecho da conversa, segundo o delegado, o rapaz afirma que foram os PMs que escreveram. A mensagem teria sido enviada para a namorada como se fosse ele a conversar com a garota, numa tentativa de fazê-la dizer alguma coisa que o comprometesse. "É isso que precisamos esclarecer", reafirma Lobo.Primeiro suspeitoNo início desta semana, a Polícia Civil prendeu um jovem de 22 anos que também foi apontado como suspeito de ter baleado mãe e filha dentro do ônibus. A prisão aconteceu em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal. Com o jovem foram apreendidas munições de revólver calibre 38 e uma camisa da torcida organiza do Náutico.O chefe de investigação da Delegacia de São Gonçalo do Amarante, João Costa, informou que o suspeito admitiu ter se envolvido em uma briga com torcedores do América logo após o jogo, mas negou ter atirado no ônibus."O rapaz faz parte de uma torcida organizada do ABC (principal rival do América) e disse que recepcionou os torcedores do Náutico e assistiu o jogo na torcida do time pernambucano. A briga de torcidas aconteceu do lado de fora da Arena das Dunas", explicou Costa.Jovem detido é mebro de uma torcida organizada do ABC, mas tinha com ele camisetas de uma torcida do Náutico (Foto: João Costa)Jovem detido no início da semana é membro deuma torcida organizada do ABC, mas tinha com elecamisetas de uma torcida do Náutico(Foto: João Costa)A Polícia Civil chegou ao suspeito por meio de denúncias. "Soubemos que morava no Amarante e realizamos a abordagem", revelou Costa. O suspeito foi ouvido na Delegacia de São Gonçalo do Amarante e foi autuado pelo porte ilegal de munição. "Se pagar a fiança será liberado", disse o chefe de investigação João Costa.O atentadoAs vítimas, Renata Silva da Rocha, de 19 anos, e Maysa Rafaely da Silva Nascimento, de 1 ano e 5 meses, voltavam do jogo quando o ônibus da linha 50 foi atingido por disparos. Marcos Murilo, marido de Renata e pai da menina, também estava no veículo. Renata foi atingida no braço, enquanto Maysa levou um tiro no abdômen."A Maysa estava no colo da mãe. O ônibus estava lotado de torcedores do América. De repente, ouvimos tiros e todo mundo se abaixou. Quando olhei de lado, vi o sangue da minha filha e da minha mulher. Pedi socorro e fomos levados para um hospital", relatou Marcos.A menina foi atingida no abdômen, abaixo do braço. A bala perfurou o pulmão e o diafragma e quebrou uma costela dela. A bala ainda atingiu o braço da mãe da criança, ficando alojada. Mãe e filha foram levadas para o hospital Santa Catarina, na Zona Norte de Natal. Em seguida, encaminhadas para o Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, na Zona Leste, onde passaram por cirurgia. A mãe já recebeu alta hospitalar. A menina continua internada, sem previsão de voltar para casa.Janelas do ônibus foram estilhaçadas pelos tiros (Foto: Divulgação/Polícia Militar)Janelas do ônibus foram estilhaçadas pelos tiros (Foto: Divulgação/Polícia Militar)

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