domingo, 21 de abril de 2013

PEC 37: Promotor diz que Polícia Civil só investiga “preto, pobre e prostituta” e Delegado Geral do RN rebate declarações


A Polícia Civil do Rio Grande do Norte rebate a declaração do presidente da Associação dos Promotores de Justiça do RN (Ampern), Eudo Leite, que disse que Polícia Civil só investigava “preto, pobre e prostituta”.
Através de um texto em resposta a Eudo Leite, o Delegado Geral, Fábio Rogério, disse que todas as ocorrências criminosas que chegam às mãos dos policiais civis são investigadas independente se os seus suspeitos são brancos ou negros, se são ricos ou pobres, afinal, o dever da Polícia Civil é coibir e solucionar crimes.
Vejam a íntegra do e-mail:
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte não investiga apenas “preto, pobre e prostituta” conforme declarou de maneira equivocada o presidente da Associação dos Promotores de Justiça do RN (Ampern), Eudo Leite.
(A declaração dele foi publicada na matéria intitulada “Representante do MP afirma que a Polícia não investiga poderosos”, veiculada no último dia 13 de abril, no Jornal de Hoje pelo jornalista Ciro Marques)
Com todo respeito ao promotor, essa colocação foi infeliz e discriminatória, pois não se pode afirmar categoricamente que a Polícia Civil do nosso estado faz diferenciação seja pela etnia, cor da pele, profissão ou condição financeira. Pelo contrário, todas as ocorrências criminosas que chegam às mãos dos policiais civis são investigadas independente se os seus suspeitos são brancos ou negros, se são ricos ou pobres, afinal, o dever da Polícia Civil é coibir e solucionar crimes.
A Polícia Civil não escolhe aquilo que quer investigar ou quais pessoas devem prender, mas procura elucidar todos os atos criminosos que venham a ocorrer no nosso estado. A missão da Instituição é acima de tudo a segurança e o serviço prestado com zelo ao cidadão potiguar, por isso a Polícia Civil não está aqui para atender a interesses privados de quem quer que seja, não está aqui para encobrir delitos de poderosos, mas para honrar o compromisso e dever com o povo norteriograndense. A Polícia Civil tem a obrigação de atender a todas as classes sociais, não apenas a uma parcela da população e nesse sentido não deixa a desejar.
Portanto, são investigados desde assaltos a mercadinhos a assaltos a bancos. Desde pequenos a grandes traficantes. Não existe crime grande ou pequeno, todos são devidamente e minuciosamente investigados pela Polícia Civil e é isso que a sociedade cobra, que os crimes sejam elucidados, seja evolvendo altos ou baixos valores ou até mesmo pessoas influentes.
Dizer que apenas o Ministério Público é que investiga crimes praticados por poderosos, enquanto a polícia prende pessoas mais humildes, é desconsiderar as inúmeras operações realizadas pela Polícia Civil no decorrer de sua história que não poupou nenhuma pessoa de qualquer raça ou classe social. Traficantes, homicidas, estelionatários, estupradores, assaltantes e acusados dos mais diversos crimes cometidos por pessoas de todas as classes sociais, colocação profissional e raças, foram presos pela Polícia Civil ao longo dos anos.
Pode-se exemplificar a operação da Polícia Civil do RN de grande repercussão realizada no ano 2000, que indiciou mais de dez pessoas sob acusação de fraudes em hospitais públicos do estado. Na ocasião, foram detidas pessoas importantes como diretores de hospitais.
Também pode-se lembrar o caso da Urbana no ano de 1999, quando diretores e donos de empresas foram indiciados pela Polícia Civil. Vale salientar que todos esses foram punidos com base nas provas colhidas pela Polícia Civil.
Não podemos deixar de recordar também que em agosto de 2005 durante a operação “4×4”, a Polícia Civil prendeu pessoas da alta sociedade quando desbaratou um bando integrado por 17 pessoas acusadas de roubo de picapes de luxo.
A Operação “Niquelândia” deflagrada em junho do ano de 2007 pela Polícia Civil em parceria com o MP, que prendeu a cúpula envolvida com o jogo do bicho, resultando na prisão de 14 pessoas e na retirada de 616 máquinas caça níqueis em Natal. Na ocasião foi investigado alguns empresários que estariam atuando como agentes diretos no esquema do “jogo do bicho” na capital.
Ao citar a frase, o promotor Eudes Leite menospreza não apenas a capacidade de investigar como insinua uma possível omissão por parte da Polícia Civil, o que é um pensamento totalmente alheio à realidade. A Polícia Civil não se omite. Não favorecemos nenhum órgão ou pessoa. Não acobertamos nenhum crime. Sempre se prezou pelo respeito ao cidadão e pelo cumprimento do dever. Mesmo diante de todas as dificuldades estruturais que passa a Polícia Civil, esta tem totais condições de conduzir investigações de qualquer natureza e não mede qualquer esforço em prender das pessoas mais humildes às mais influentes, pois o propósito maior da Instituição é que a justiça seja feita e que o culpado seja punido, seja ele quem for.
A Polícia Civil, inclusive, espera a criação da Delegacia Especializada em Defesa do Patrimônio Público (DEDEP) em breve, que vai investigar, dentre outras coisas, os crimes de corrupção nos órgãos públicos. A estrutura vai permitir à Instituição coibir e se aprofundar em especial nessa modalidade de crime. O projeto para criação da unidade está em andamento e, enquanto isso, a Polícia Civil está montando uma equipe para trabalhar na Delegacia Especializada de Investigação de Crimes Contra a Ordem Tributária (DEICOT) com o intuito de investigar especialmente os crimes contra o patrimônio público.
Não somos a favor de diminuir o poder ou colocar à prova a capacidade de qualquer instituição pública. Estamos aqui para somar esforços, para fazermos parcerias, para cumprirmos aquilo que nos foi proposto. Dessa forma, com todo o respeito que temos ao Ministério Público estamos dispostos a esclarecer à sociedade qualquer declaração que venha a sujar a imagem da Polícia Civil do RN. É preciso deixar claro que acreditamos ser importante se fazer trabalhos conjuntos, integrando os mais variados órgãos na medida da necessidade, mas que cada um destes cumpra o seu papel sem sobrepor o outro.

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