quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Justiça condena cinco acusados de sequestrar Popó Porcino no RN

Penas somam 107 anos e nove meses de prisão em regime fechado. Empresário mossoroense passou 37 dias em cativeiro no ano de 2012.


Fábio Porcino foi sequestrado em Mossoró
(Foto: Arquivo da família)
A Justiça do Rio Grande do Norte condenou cinco dos nove acusados de envolvimento no sequestro do empresário mossoroense Porcino Fernandes Segundo, o Popó Porcino, de 20 anos. Três pessoas foram absolvidas e uma foi excluída do processo por estar foragida. O jovem, que passou 37 dias em cativeiro – o mais longo sequestro da história do estado – foi levado por homens armados de um parque de vaquejadas na cidade de Ceará-Mirim, na Grande Natal, no dia 17 de junho de 2012, sendo libertado pela polícia em 24 de julho. A sentença da juíza Valentina Maria Helena de Lima Damasceno foi proferida nesta terça-feira (2) no Fórum Desembargador Virgílio Dantas, em Ceará-Mirim, cidade onde aconteceu o sequestro. Os acusados foram condenados pelos crimes de extorsão mediante sequestro, formação de quadrilha, roubo majorado e porte ilegal de arma de fogo. No total as penas somam 107 anos e nove meses de prisão, a serem cumpridos em regime fechado em todos os cinco casos.A maior pena foi a de Paulo Victor Lopes Monteiro, condenado a 31 anos por extorsão mediante sequestro, formação de quadrilha, roubo majorado e porte ilegal de arma de fogo. O réu foi absolvido dos crimes de sequestro e cárcere privado contra Sandrielio Constantino Veríssimo da Silva, tratador de cavalos que também foi levado no sequestro de Popó Porcino, mas acabou liberado pelos acusados. Paulo Victor é apontado como um dos líderes da quadrilha, que segundo a sentença, também era chefiada pelos acusados José Orlando Evangelista Silva e Orlandina Torres Carneiro, ambos condenados. O advogado Rilke Barth Amaral de Andrade, que faz a defesa de Paulo Victor, informou que ainda não sabe se vai recorrer da sentença.
"Vamos analisar o caso com cuidado", disse o advogado. Os dois outros acusados apontados como líderes da quadrilha foram condenados por extorsão mediante sequestro e formação de quadrilha. Orlandina Torres Carneiro recebeu sentença de 19 anos e nove meses de prisão. A acusada está foragida desde que fugiu da prisão domiciliar. Já José Orlando Evangelista Silva recebeu pena de 16 anos e seis meses pelos dois crimes. Os demais condenados são Anderson de Sousa Nascimento, sentenciado a 26 anos de prisão por extorsão mediante sequestro, roubo majorado, formação de quadrilha e porte ilegal de arma, e Bruna de Pinho Landim, condenada a cumprir 14 anos e seis meses de prisão em regime fechado por extorsão mediante sequestro e formação de quadrilha. Assim como Paulo Victor, Anderson Nascimento foi absolvido do sequestro e cárcere privado do tratator de cavalos. Foram absolvidos os réus Luiz Eduardo Lima Magalhães e Leonora Gomes de Sena, que já respondiam ao processo em liberdade. A acusada Antonia Berenice Damasceno Lima teve o julgamento desmembrado do processo. Ela escapou do Centro de Detenção Provisória de Parnamirim em dezembro de 2012 e continua foragida.

O sequestro de Popó


A Polícia Civil do Rio Grande do Norte estourou o cativeiro onde estava Popó Porcino no dia 24 de julho de 2012. O estouro do cativeiro e a descoberta de uma residência na cidade de Parnamirim – também na região metropolitana – onde parte da quadrilha estava acampada, aconteceu simultaneamente. "Iniciamos a investigação logo após a confirmação de que o empresário estava sequestrado. Tínhamos a informação de que o grupo estava dividido entre Pitangui e Parnamirim. Nos dividimos e simultaneamente estouramos os dois pontos", explicou o comandante geral da Polícia Militar do RN, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva. De acordo com a delegada Sheila Freitas, responsável pelas investigações, assim que os policiais invadiram o cativeiro na praia de Pitangui, onde Popó estava, houve reação. Na troca de tiros, um dos sequestradores, identificado como Francisco Genério Bruno da Silva, morreu. “Porcino não sofreu nenhuma violência física. Estava bastante emocionado e abalado. Certamente foi um trauma muito grande”, ressaltou a delegada na época.


O mais longo sequestro do RN


De acordo com a PM, o sequestro de Porcino Segundo entrou para a história potiguar como o mais duradouro. Foram 37 dias de cativeiro. Antes, o mais longo já registrado no RN havia ocorrido em dezembro de 2004. A vítima foi o empresário, também mossoroense, Francisco de Assis Silva, então com 61 anos. Assis da Usibras, como é mais conhecido, passou 36 dias em cativeiro, sendo libertado no dia 21 de janeiro de 2005. Os sequestradores exigiram um resgate de 1,5 milhão de dólares, o equivalente a 4 milhões de reais na época. O dinheiro não foi pago.

Segundo sequestro na família


A Justiça do Rio Grande do Norte também condenou três dos quatro acusados de sequestrarem o empresário Fábio Porcino em junho de 2013. Juntos, José Wilson Trajano de Freitas, José Carlos Anastácio e Rivelino Raquel Filho foram condenados a 46 anos e seis meses de reclusão em regime fechado. A decisão foi publicada em 14 de janeiro deste ano. Outro acusado de participar do sequestro, Ezequiel Serafim Leitão foi excluído do processo por estar foragido. O empresário Fabinho Porcino foi sequestrado na tarde do dia 10 de junho de 2013 em Mossoró. Segundo informações da Polícia Militar, Fábio estava em uma das concessionárias de veículos do pai dele quando homens armados e usando coletes semelhantes ao da Polícia Federal o abordaram e o levaram do local. Na tarde de sexta-feira, dia 14 de junho, a polícia estourou o cativeiro onde Fabinho estava, no município de Canindé, no Ceará. O rapaz estava em uma cabana de lona preta montada no meio de um matagal na zona rural de Canindé. Dois homens que estavam no local no momento da chegada da polícia foram presos.

G1 / RN

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